sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Amigo...

"...Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também"
(José Afonso)


Uma canção do Zeca e um Jameson sem gelo (só desta vez), um tchim tchim e um beijo no coração do meu Amigo Jorge. Só assim é possivel deixar Novembro partir.


http://www.youtube.com/watch?v=hfKU5pA-CRI




quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Enquanto houver amizade

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um do outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.


Albert Einstein

Prendinha


A minha amiga: Estou?
Eu: Oláááááá bebé!
A minha amiga: Olá linda! Como é que tu sabias que eu nascia hoje?
Eu: Sabia! Olha, nascer, custou muito?
A minha amiga: Não! E é tão bonito. Tu já nasceste, não te lembras como foi?
Eu: Não. Também já foi há cinco anos! Eu já sou "grande"! E olha, queres vir brincar comigo?
A minha amiga: Oh linda, eu quero mas sou muito pequenina, tu moras longe e é complicado chegar aí.
Eu: Não é! O ano passado, uns senhores fizeram uma ponte sobre o Tejo e agora é mais perto. E podes vir na camioneta. O meu pai é chofer e toma conta de ti.
A minha amiga:Mais tarde, linda. Eu ainda só ando ao colo. E sou muito pequenina.
Eu: Ena, ena, eu já sou "grande", posso andar contigo ao colo! E dou-te muitos muitos miminhos. E posso passear-te no carrinho do meu "chorão". E podemos brincar muito, muito, muito. Vou tratar-te como uma princesa.
A minha amiga: Eu sei, linda. Olha, agora tenho que ir tomar leitinho e depois tenho que arrotar...
Eu: ...Arrotar?!! Ah!! Isso é muito feio, dizem os mais "grandes"!
A minha amiga: É feio se forem os "grandes"! Os bebés precisam de arrotar depois de comer. Tu também tinhas que arrotar quando eras bebé...
Eu: ...Olha, se arrotei, foi sem a minha mãe saber. Ela não ia achar graça. Vens brincar comigo?
A minha amiga: Hoje não, linda. Ainda tenho que dormir e têm que me mudar as fraldas e tomar mais leitinho...
Eu: Mas assim não brincamos nada. Assim, não tem graça nenhuma!
A minha amiga: Eh, eh, eh, o que não tem graça é tu fazeres uma birra!
Eu: Não é uma birra! É que assim, eu fico triste.
A minha amiga: Mas eu não te quero ver triste, amiga!
Eu: Pois... Mas, se nós somos amigas, temos que brincar. E nem nos conhecemos. Olha, tu és muito bonita, não és?
A minha amiga: Dizem que sim. Como é que tu sabes?
Eu: Os "grandes" que eu conheço dizem que quando as pessoas são bonitas, percebe-se logo.... parece que se sente... Não sei explicar, mas já tenho a certeza que tu és muito bonita.
A minha amiga: Se tu dizes... olha, linda, tenho que ir tomar leitinho.
Eu: E eu vou fazer-te um desenho. Vou desenhar o mar, as gaivotas, peixinhos, um barco e um céu muito azul. O céu mais bonito para ti, amiga!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Arcos (de outros triunfos)

(Foto alojada em http://www.flickr.com/photo_zoom.gne?id=201655835&size=o)

Durante muitos anos, os meus caminhos passavam por aqui. Esta estrada fez parte da minha vida. Por aqui passei a pé, em passo acelerado ou de passeio, e de carro. Por aqui andei à chuva e ao sol. Tantos arcos, tantos anos...

Liberdade

Sobre esta página escrevo teu nome
que no peito trago escrito
laranja verde limão amargo e doce o teu nome.

Sobre esta página escrevo o teu nome
de muitos nomes feito água e fogo
lenha vento primavera pátria exílio.
Teu nome onde exilado habito e canto mais do que nome:
navio onde já fui marinheiro naufragado no teu nome.

Sobre esta página escrevo o teu nome: tempestade.
E mais do que nome: sangue. Amor e morte. Navio.
Esta chama ateada no meu peito
por quem morro por quem vivo
este nome rosa e cardo por quem livre sou cativo.
Sobre esta página escrevo o teu nome: liberdade.

Manuel Alegre

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Contrastes


Esta pintura em azulejo é parte integrante da fachada de uma casa (com uma pedra a indicar a construção original em 1871, de acordo com a informação do blogue http://www.sesimbra.blogspot.com/) em Sesimbra, situada na rua D. Afonso Henriques. Neste quadro, têm-se, em fundo, uma visão da marginal da era moderna e em primeiro plano, uma barca típica como as que recordo da minha infância.

Aurora Boreal

Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.

Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.

Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.

Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.

Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.

Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.

Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo,
e a melancolia, e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência,e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.

Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.

António Gedeão

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Hasta siempre Comandante

Seguiremos adelante
como junto a ti seguimos
y con Fidel te decimos:
hasta siempre Comandante.
Aquí se queda la clara,
la entrañable transparencia,
de tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

(Carlos Puebla, 1965)

http://www.youtube.com/watch?v=SynVFM_6ezk

N.B. Qualquer dia é bom para homenagear um revolucionário, um homem que deu a vida pela causa nobre da liberdade. Numa altura em que passam quarenta anos sobre a morte da Che, é de lamentar que o grande exemplo d'el Comandante seja aproveitado por oportunistas mascarados de revolucionários mais vocacionados para a ostentação pecaminosa de suásticas. A História também se escreve com nódoas. P' memória apenas contam os bons exemplos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Cantiga de Amigo

A um amigo que anda "fugido"

Ai flores, ai flores do verde pinho
se sabedes novas do meu amigo,
ai deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquele que mentiu do que pôs comigo,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?

(...)

D. Dinis

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Colo da mãe


Novembro começa sempre em beleza. E o colo da mãe é sempre tão bom.
Esta fotografia tem mais de quarenta anos. E hoje, a mãe fez 78. É obra!