sábado, 31 de janeiro de 2009

Força

Afinal o meu pai não tinha só "bicos de papagaio" (ver http://pelosonhoehquevamos.blogspot.com/2009/01/eficiencia.html). Na madrugada seguinte queixava-se tanto de uma forte dor no peito que o levei - novamente - para as urgências. E ficámos a saber que estava com uma pneumonia. Ficou internado.
Não vale a pena partilhar o que se sente quando se deixa o pai no hospital e se vai para casa contar à mãe. E no caminho se telefona à mana. Não vale a pena (d)escrever o que se sente antes e depois de cada visita ao pai.
Quem já deixou o pai no hospital, sabe bem o que fica. Como se fica. Quem não passou pela experiência, não precisa de saber. Se um dia tiver que ser, vai sentir. Mas não vale a pena alimentar qualquer curiosidade.
Agora o tempo é de esperança. De força. De coragem. De união. Pelo pai, pela mãe, pela mana, por nós. Estamos juntos.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ora bolas

Já não se pode elogiar.
Depois explico.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Eficiência

Tenho 46 anos, e pela primeira vez na minha vida, fui bem atendida no Hospital de S. Bernardo em Setúbal. Pela primeira vez - realço - fui bem atendida, sem necessidade de recorrer a conhecimentos ou cunhas. E com a mesma naturalidade com que me indignei quando me senti menos bem naquela instituição, hoje estou aqui para elogiar o bom serviço.
Estive hoje nesse hospital, a acompanhar o meu pai. Queixava-se de uma dor lombar que poderia indiciar muita coisa, aliada à gripe que oportunisticamente o atacou. Liguei para o INEM à procura de ajuda. Indicaram-me o hospital, por causa da dor lombar. A febre já tinha baixado mas a dor lombar causava alguma preocupação. Em pouco mais de duas horas foi atendido, medicado, radiografado e diagnosticado o problema. Com uma eficiência que não tenho memória.
Fico agora com essa boa lembrança. Por isso partilho este testemunho. Porque o profissionalismo, a simpatia, a eficiência e a rapidez merecem este reconhecimento.
Já agora, a dor lombar foi provocada por "bicos de papagaio". Dentro de dias, o pai vai estar completamente bem.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Grandes medidas

O governo ordenou a retirada das caixas de multibanco dos tribunais para... acabar com os assaltos. Porque as portas dos edifícios não tinham as devidas medidas de segurança, porque as atm's não estariam devidamente encastradas. Ao cidadão comum pareceria mais saudável reforçar a segurança. Ao governo, nem por isso. Cortou o mal pela raíz.
Perseguindo a lógica governamental, não me espantaria nada se o governo proibisse a circulação de viaturas de luxo para evitar o carjacking.
Numa altura em que o país afia a lingua para comentar os recentes encândalos que envolvem o Freeport, o governo manda retirar atm's dos tribunais. Ainda bem! Porque podia ser bem pior! Poderia este governo atentar contra a democracia, mandando calar os jornalistas que investigam este caso tão mediático.
E queixa-se o primeiro ministro da política do bota abaixo. Ora bolas!

De volta

Vai alto Janeiro e muito demorado. Lento, lentinho, parado. Uma inércia que enlouquece, tira do sério, arrefece a alma, despedaça o coração. Há uma dor, forte, no peito. Dor de fraqueza, de impossibilidade, de rendição.
A estrada bifurca-se. De um lado o caminho dos coitadinhos, sem alma, amor, vontade ou respeito. O caminho espinhoso do egoísmo que leva à loucura e à tormenta. Do outro, a auto-estrada. A via rápida para quem quer vencer, voltar, recuperar, recomeçar, mostrar que vale a pena acreditar. O caminho certo para chegar, reconquistar, vencer.
Estar de volta é escolher um dos caminhos. Estar de volta é fazer-me à estrada. Estar de volta é recusar vestir a pele de avestruz, negar a rendição, a depressão, a loucura.
Estou de volta! Porque me devo uma oportunidade. Porque mereço um regresso. Por recusar que todos são mais fortes que eu, por acreditar que vale a pena continuar a lutar. Estou de volta! Porque tudo o que tenho vale mais que o facilitismo da derrota. Porque tenho e sinto amor, capacidade, empenho, vontade. Por saber que sou capaz.
Estou de volta para reconquistar o que me pertence. Um dia tropecei, caí e quase me afoguei na derrota. Salvou-me a esperança, a confiança e o apoio incondicional dos que me amam. Por mim e por eles estou de volta. À escrita, à vida, à luta. Pelo respeito e pelo amor que me mereço, que merecem os confiam (sempre confiaram) em mim.
Estou aqui.