terça-feira, 28 de abril de 2009

Eterno éter

Em memória de Paula Veríssimo
M. 28/04/09

Partiste pela calada da noite. Em busca da tranquilidade que uma doença prolongada, traiçoeira, te roubou. Por esta altura já terás reencontrado a paz e a harmonia. Tenho a certeza que uma estrela te recebeu com muita luz. A mesma estrela que esta noite vou ver brilhar - intensamente - no céu. Brilhar e sorrir. Porque é impossível estar ao pé de ti e não sorrir.
Conhecemo-nos na rádio, lembras-te? Na rádio Azul. Há muitos anos. Na época em que as rádios ainda eram piratas, numa altura em que juventude, vontade de fazer coisas novas e generosidade concentravam em nós uma vontade guerreira de vencer e naturalmente criar laços de cumplicidade para a vida. Ultrapassar todos os obstáculos. Com a força e a coragem que uma gargalhada pode dar...
As tuas gargalhadas, como me lembro delas. Logo pela manhã, a qualquer hora do dia. Só consigo lembrar-me de ti sempre a rir. E esta é a melhor memória que se pode ter de alguém. É assim que estás nas minhas boas lembranças. Porque as pessoas de quem gostamos ficam para sempre na memória e no coração.
Até sempre Paula Veríssimo. Voz da Rádio. Rádio Voz, Rádio Azul e agora - de certeza - na Rádio do Além. A animar o céu com a tua eterna boa disposição.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

(Beijo) Eterno

O meu poema é de amor
O meu beijo também
E ainda as palavras que te escrevo,
que te beijam por mim.
Como este poema
Que te afaga a alma
e te beija o coração.
Beijo-te e amo-te neste poema
beijo-te e amo-te todos os dias.
Beijo-te enquanto escrevo no céu
nas nuvens, no sol,
no intervalo das estrelas,
o (nosso) poema de amor.
Beijo-te amor no meu sonho
na vida, na esperança,
na força, na confiança.
Sempre que queiras meu amor
Tenho um beijo para ti.
Porque te amo!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Despertar

Hoje é dia de acordar o poema com beijos de amor.
Todos os dias são bons para acordar o poema com beijos.
Basta que sejam de amor.
Basta que seja dia.
Basta que me olhe no espelho e me veja sorrir.
E para sorrir só preciso de...
... Acreditar ser possivel acordar o poema e embalar o sonho
Com beijos castos de amor.
Acreditar que a esperança
é um abraço apertado que nunca me deixa.
Que está sempre aqui.
Como tu.
Hoje, meu amor, acordei abraçada ao poema
Beijei-o, como se fosses tu.
De cada vez que te abraço,
que te beijo,
escrevo um poema de amor.

Para ti.

Parabéns Sofia (desculpa)

Quando a minha amiguinha Sofia nasceu, cabia na minha mão. Convém explicar que a Sofia foi uma bebé apressada e nasceu antes do tempo previsto. E até queria nascer mais cedo. Parecia não ter medo do frio que se fazia sentir naquele inverno ainda não muito distante. Passaram-se... dez anos!!?
A Sofia nasceu pequenina e muito, muito bonita. Cresceu e continua linda. É naturalmente vaidosa, tem voz de anjo e um arzinho seráfico que não ajuda a acreditar que um dia, com pouquinhos anos de vida, anunciou à família que ia "sair" de casa por se sentir incompreendida. E até fez uma espécie de mala. Recordo que por essa altura, a mãe disse-me que a Sofia saía à tia (emprestada).
Também me recordo de outras peripécias protagonizadas pela Sofia. Mas não vou revelar, né? Afinal a Sofia agora já é uma mulherzinha e pode ficar constrangida. E por falar nisso, sou eu que estou constrangida. Tenho boa memória mas ontem, Sofia, desculpa meu amor, esqueci-me que era dia 15. E estou aqui a tentar redimir-me. Agora. E a preparar os ouvidos para as palavras "simpáticas" com que a tua mãe me vai brindar.
Amiguinha, amigos, desculpem. Há dias em que não sei bem a quantas ando. Sei que gosto muito de vocês, todos os dias, mesmo quando não digo e não apareço.
Parabéns princesinha. Perdoa o atraso.
Um beijo grande no teu coração

Adelaide Coelho

terça-feira, 14 de abril de 2009

Bálsamo

Conto pelos dedos os dias que faltam e...
falta saber quantos dias.
Repetem-se os dedos, repetem-se os dias
Doem os dedos, doem os dias.
E não dói a alma
Dormente da dor que não sinto.
Apagas-me a revolta
que me consumia
Acendes a esperança
na minha alma fria
Ateias-me a vontade
de voltar a ser...
Faltam-me palavras
para te agradecer
Por te amar tanto, dou-te tudo o que tenho
Amor

sábado, 4 de abril de 2009

Principezinho

É de ouro este menino. É simpático, alegre, bem-educado, sensível, solidário, bonito. É muito bonito este menino. Tem um rosto bondoso e o olhar entornado de ternura revela a alma grande e transparente.
Tenho a certeza que a bondade deste menino começou no cordão umbilical, nos genes de quem lhe deu vida.
Chama-se Manuel este menino. Cresce saudavelmente e um destes dias torna-se um homem. Naturalmente com coração de menino. Porque seres humanos assim - bonitos - crescem em maturidade e generosidade.
O meu amiguinho – sobrinho de coração – faz anos hoje. Feliz aniversário meu querido Manel. Tudo do melhor. Gosto muito de ti. De vocês.
Um beijo grande. No coração.

Adelaide

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Actualidade


(...)
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas serras atalhos
veredas lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
(...)
Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer l
atifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!

Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!



Excerto do poema "As portas que Abril abriu"

José Carlos Ary dos Santos