quinta-feira, 28 de maio de 2009

Parabéns Helena Paula

De todos estes anos que nos conhecemos, de todos os momentos que partilhámos, lembro-me bem de todas as gargalhadas e do abraço solidário que nunca foi necessário pedir. E também me recordo dos famosos jantares de homenagem a "S. Receber". Da boleia generosa para locais baratinhos, da buzina estridente a dizer "já cheguei", dos martinis biancos que antecediam o repasto, dos brindes ao santo que reinava em dias diferentes do mês e nem sempre todos os meses, do regresso a casa às vezes com o carro travado, da força que renascia para voltar ao trabalho no dia seguinte.
Impossível esquecer também as diversas cores de cabelo que já lhe conheci. Os disparates que ainda fazem rir, as cantorias no estúdio, as partidas às "tias", aqueles momentos que embora sendo de um passado já um pouco distante, continuam tão presentes na memória e no coração. Na memória p'las boas lembranças. No coração, p'la afectividade.
Conhecer a Helena Paula é ter a certeza que a generosidade não ocupa espaço e cabe em metro e meio de altura. Com cabelo vermelho, ou de qualquer outra cor. É saber que a saudável loucura não tem idade e a boa disposição é uma constante nas 24 horas de cada dia.
A Helena Paula faz anos hoje. Estas linhas já poderiam ter sido escritas há muito tempo. Num qualquer dia do ano, dos quase vinte que nos conhecemos.
Feliz aniversário Lena.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Águas

Onde é que existe
um rio azul
igual ao meu...

Lavo os olhos e a alma neste rio. Neste rio de esperança. Neste rio colorido que abraça a cidade e a mim também. Neste caudal de riqueza, neste paraíso de golfinhos, neste prolongamento do azul do céu.
Neste fim de tarde, ouço o rio. O meu rio azul. Sussurra-me ao ouvido tudo aquilo que quero ouvir. Que gosto de ouvir. E como ouço bem as palavras do rio. As palavras de amor.
O meu rio está um pouco longe. E tu também. Sinto-vos aos dois tão perto de mim. Aqui.
E deixo-me navegar nestas águas que imagino tão perto. Deixo-me levar nesta maré de esperança. Nesta onda de bem querer que embala a minha vida.
É tão bom ser feliz!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Nada

Um punhado de areia na mão
Um punhado de esperança
Um punho erguido
contra nada
Um castelo de areia
à mercê do mar...

Escorre a areia da mão
Baixa-se o punho
As ondas devoram o castelo
Enquanto o punhado de esperança
se transforma numa montanha.
Acreditar. É preciso.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Veste-te de branco

Imaculadamente brancas as nuvens matinais lembravam-me uma alma boa. Lavada, leve. Estas nuvens não fazem chuva. Não pecam. Não se deixam sujar pela maldade do mundo nem p'la poluição. Estas nuvens choram de amor. Por amor. Estas nuvens choram para lavar a maldade. Sempre que choram banham-se de pureza. São nuvens redentoras. Salvadoras. Sobre a minha cabeça. Como se me quisessem proteger. E quando tapam o sol, pedem desculpa. E não demoram.
As nuvens. Tão brancas. Tão leves. Tão puras. As nuvens que me lavam a alma. E partem a seguir. Voltam mais tarde. Para rasgar a solidão. Para resgatar as almas solitárias. Como a minha. Às vezes.
Há pouco, no céu, uma nuvem só. Só uma. Espreguiçou-se. E disse-me ter um recado. Um recado do vento. Disse-me, sorri.
Não. Não foi o vento que mandou este recado, Dona Nuvem. Pois - respondeu - o vento também disse que sabias quem te pede um sorriso. Quem gosta de te ver sorrir. Quem te ama mais que o vento.
O recado da nuvem lavou-me a alma. E eu fui mudar de roupa. Para ficar a condizer.

Já chega!

Há dias em que apetece começar a praguejar logo de manhã. E mandar alguém aquela parte. Tenho a certeza que me ia fazer bem. Começo a ficar farta de alguns emails que recebo. Emails que visam criar correntes de... nada, certamente. Já não bastavam os spam e outros que tais, agora ainda me enviam os tais emails das chamadas correntes que terminam sempre com a clássica indicação: "manda para quinze pessoas e o teu pedido será atendido". Para tornar a coisa mais comovente, os tais emails trazem imagens de anjos, de Cristo e de causas solidárias. Para que fique claro, não tenho nada contra os anjos, Cristo e muito menos contra a solidariedade. Só peço que não inundem a caixa de emails com estas tretas.
Estou desempregada. Há muito tempo. Naturalmente à procura de trabalho. Todos os dias envio cv's, respondo a anúncios. E recebo respostas. Até agora pouco favoráveis. E no meio deste emaranhado matinal de emails, lá vêm "as correntes". Bolas! Levo mais tempo a apagar estas tretas que a ver o que realmente interessa. E recebo emails de gente com quem não mantenho qualquer contacto há demasiado tempo. Dou comigo a pensar que o meu email é uma forma de descarregar os tais "anjos" e afins. Se tiverem para mandar para quinze, depois de mandarem para mim, já só são catorze. Ora bolas!
Como já disse, não tenho nada contra anjos. Mas começo a aborrecer-me seriamente com os demoniozinhos que me entopem a caixa de correio eletrónico. Por esta altura, haverá quem pense que eu sou mulher de pouca fé. Enganam-se. Tenho fé, muita fé. E até gosto de anjos. Só que os meu(s) anjo(s) são - maioritariamente - pessoas de muito afecto, que amo. Amo muito. Que me amam. Que me apoiam. Que se preocupam comigo. E se o(s) meu(s) anjo(s) me mandar um email desses, até sou capaz de aceitar. Percebo a mensagem. E reencaminho. Por respeito, p'lo carinho por esse anjo.
Os outros vão todos para o lixo. Até porque - acredito - Deus e os anjos andam demasiado ocupados com as almas e de certeza que não têm tempo para verificar quem reencaminhou os tais emails para quinze ou mais pessoas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Poder

Escreve Adelaide, escreve. Escreve mulher que até escreves bem. Dizem. E eu acredito. E escrevo. Mas hoje falta-me inspiração. Definitivamente ansiedade não rima com inspiração. E sinto que escrevo para matar o tempo. Não pode ser. Repito para mim e para as paredes da casa. E volto a escrever. Tento. Escrevo. Escrevo e apago. Escrevo e apago. E volto a escrever. E lá vou eu outra vez. Em busca de inspiração. Tenho que escrever. Algo que faça sentido. Preciso de escrever. Preciso de me rever, de me sentir, nas palavras. E penso. Penso que vou escrever. Tenho que escrever. Penso. Penso. Penso...
Penso em ti e escrevo. Agora já sei as palavras que vou escrever. Começo agora. A escrever. Para ti. Para ti escrevo sempre. Sempre bem. Porque as palavras ganham vida e alma por serem para ti. As minhas palavras - que - daqui a pouco são tuas. Palavras de muito amor. Por este amor imenso que tenho por ti. Este amor que me desperta, sacode, embala. Este amor seguro, imenso que tenho de ti. Este amor, meu amor que faz de mim um ser humano melhor. Este amor que ateia a esperança. Este amor, meu amor, que me faz acreditar que hoje é bom, amanhã é melhor e depois ainda mais. Cada vez melhor. Cada vez mais perfeito. Este amor, hoje, amanhã, depois, sempre. E para sempre é o meu amor por ti.
Agora ficava por aqui a escrever até nascer o sol. A escrever para ti. Tenho a certeza que consigo preencher esta imensa auto-estrada (onde não estou só, por te ter) com poemas de amor. De muita ternura. Para ti. Tens esse poder inato de me inspirar. E deixo-me levar nessa boa onda.
Páro na portagem. Páro de escrever. E mando-te o que escrevi. E de certeza que vou voltar a escrever.
Chegaram bem as minhas palavras? Acredito que sim.
Um beijo. Até já meu amor.