Há vinte anos, numa noite de sábado, de serviço na redacção da Rádio Azul, fui surpreendida pela chegada de um estafeta com um mega ramo de rosas, vermelhas, para uma colega que não trabalhava nesse fim de semana. Já passava das 22h e mesmo sabendo que ela tinha os filhos, pequenos, já na cama, telefonei.
A Ana começou por não acreditar e muito menos no descomunal número de rosas, que não me lembro. Disse mil coisas, algumas vale mais não escrever, enquanto eu ria às gargalhadas o que ainda lhe soava mais suspeito... pobre de mim, só queria mesmo que ela ficasse com a casa "mais composta" no fim de semana.
Finalmente, aquiesceu: "Vou vestir os miúdos (já estão de pijama) e vou aí! E juro-te que se for uma partida, dou-te... uma "carga de porrada!"!
Quando a Ana chegou, ficou atónita! Era mesmo verdade! Os filhos, ainda me avisaram: "Estás lixada! Quando a mãe diz uma coisa, a mãe faz!"!
(...)
Recentemente num jantar de antigos Azuis, a Ana narrou o episódio e perguntou-me: "Lembras-te?". "Claro", respondi... "foi a única vez na vida que me ofereceram uma "carga de porrada" por ser simpática!, Ahahahahahah!"
"Oh amiga, desculpa! Tu estavas sempre a pregar-me partidas!"... E deu-me um abraço!
N.B. Confesso que tinha pensado contar esta história no aniversário da Ana, em jeito de presente. Apeteceu-me partilhar este momento, hoje, apenas porque sim. E também porque, vinte anos de amizade, memória e cumplicidade são uma fonte de inspiração para muitos post's e esta história também não acaba aqui!
Por exemplo, ainda hoje não se sabe quem foi o autor da oferta. Das flores, naturalmente!Mas há mais... para depois do Verão. Enquanto isso, esta amizade faz-me sorrir, todos os dias!
Um bjinho