Terminavas quase sempre do mesmo jeito as nossas mensagens: "Com carinho, Nãna"! No dia do meu aniversário, escreveste no meu mural: "Parabéns e muito obrigada pela nossa convivência. Foi um prazer enorme te conhecer! Beijos e felicidades!". Quase um mês depois, penso que soou ao princípio de uma despedida! Querida, tenho saudades dos nossos "papos" sobre o nosso Portugal e a tua Lisboa. O Bairro Alto e a rua da Atalaia, as tuas memórias de infância. Tínhamos combinado que na próxima vinda a Portugal, iríamos juntas redescobrir o Bairro Alto! Lembras-te?
Quando nosso amigo Marcelo chegar, vamos os "três" fazer essa viagem de regresso ao passado, quem sabe até com mais amigos comuns, almoçar e/ou jantar bem perto das tuas raízes, vamos ficar juntos num momento de carinho e saudade.
Esta noite vou olhar o céu. Tenho a certeza que uma estrela risonha vai piscar-me o olho! E vamos reatar aquele "papo gostoso" sobre o teu livro, que entretanto, voltei a reler no passado fim de semana. Adorei a leitura, o jeito único como atravessas décadas de História, como falas das pessoas e da vida! Adorei cada palavra que escreveste e lembro aqui a tua frase, "eu lavo as palavras e só uso depois de retirá-las do varal". Tenho nesta altura, dois riachos nascendo nos meus olhos. Aproveito para lavar as palavras que te escrevi e depois beijar e abraçar cada uma delas. Como se fosses tu!
Até sempre querida Nanã Pirez! Boa viagem até às estrelas e lembra-te de me piscar o olho, todas as noites, desde o imenso céu!