"Pelo sonho é que vamos, Comovidos e mudos. Chegamos? Não chegamos? Haja ou não frutos, Pelo Sonho é que vamos. Basta a fé no que temos. Basta a esperança naquilo Que talvez não teremos. Basta que a alma demos, Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia. Chegamos? Não chegamos? Partimos. Vamos. Somos" - Sebastião da Gama,in "Pelo Sonho é que Vamos"
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Feliz 2008
(Foto alojada em www.flickr.com)
sábado, 29 de dezembro de 2007
Palavras e beijos
As palavras são os beijos que te dou todos os dias. Os beijos que te dou, os beijos que guardo para depois. E os beijos que te mando nas asas do vento. E os beijos que fogem dos meus lábios, que pulam de nuvem em nuvem, até se colarem a ti. Mais os beijos que te escrevo e os beijos que imagino. São palavras e são beijos, para ti.
Hoje não me apetece escrever. Quero dar-te um beijo, agora!
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Pensar Natal
Perdido no mar
Natal é um invento dos homens
Para combater a solidão
Natal é perdoar
É transformar a fogueira das vaidades
Numa ceia de perdão
Natal é bondade reflectida
É saudade reprimida
Natal é partilha do pão e dos afectos
Natal é o amor que temos em demasia
e o amor que nos falta
Adelaide Coelho
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Letra para um hino
é possível amar sem que venham proibir
é possível correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.
É possível andar sem olhar para o chão
é possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
se te apetece dizer não, grita comigo: não.
É possível viver de outro modo. É
possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Estados de mim
No mar, as águas agitam-se, revoltam-se, elevam-se, enrolam-se, voltam a elevar-se... As águas agitadas lembram serpentes demoníacas, enlouquecidas numa dança satânica, prenúncio de morte.
No meu pequeno mundo, escuto a fúria da natureza. Escuto e respeito. No meu mundo, o medo não cabe. Nem a raiva. Aqui só entram a tranquilidade, a paz, os afectos. E todas as palavras de amor.
Lá fora o vento ruge, irado com a chuva que ensopa a noite mas não a raiva. Lá fora, as águas do mar elevam-se e revoltam-se, prepararam-se para atacar quem não as respeita. No mar, as ondas são serpentes prestes a dar o abraço mortal.
No meu cantinho, aquecida pela lareira dos afectos, sinto-me segura, como no colo da minha mãe. Saboreio o meu vinho enquanto revejo o melhor do filme da minha vida. A luz das velas ateia a vontade de sonhar. Aproveito para abraçar também com as palavras (que por vezes não sei dizer) os meus amores.
sábado, 15 de dezembro de 2007
O sonho
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Todo o tempo é de poesia
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia
Todo o tempo é de poesia
Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas qu'a amar se consagram.
Sob a cúpula sombriadas
mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Gestos que valem a pena
Esta iniciativa tem o objectivo de contribuir para “lançar uma pedrada no charco” em que se tornou a vivência do Natal que deixou de ter no seu centro o aniversariante: Jesus Cristo. Na génese desta campanha estão os valores
A vela é apenas um sinal e um instrumento que facilite a partilha de bens com os mais pobres, porque enquanto persistirem tantas e tão graves desigualdades na haverá paz na terra mesmo para “os homens de boa vontade”.
A proposta do acendimento de uma pequenina chama nos parapeitos das nossas casas também é denúncia da opulência, expressa em milhões de luzes que se acendem mas que não iluminam verdadeiramente nem aquecem os corações.
FAÇA UM GESTO DE PAZ. NA NOITE DO DIA 24 DE DEZEMBRO ACENDA UMA VELA PELA PAZ
Informações Nº Grátis 800262626
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
A gente vai continuar
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Sinais no céu
As gaivotas deixam um último grito, levantam voo e partem em direcção ao rio. O céu ficou ainda mais azul.
(...)
Cai a noite, de mansinho e as gaivotas voltaram. Já não as vejo, apenas escuto os gritos feitos mensagens que não consigo descodificar.
O céu está quase negro e de repente, dois riscos vermelhos rasgam a quase noite. Interceptam-se, formam um xis. As nuvens afastam-se como se obedecessem a uma ordem divina.
Os dois riscos vermelhos são agora os donos absolutos do firmamento. O xis fica ainda mais vivo de vermelho, parece incendiar a noite. E o ponto de intercepção, pisca-me o olho. As gaivotas voltam a partir.
(...)
Só há uma estrela no céu. Brilha envergonhada e tão longe de mim. A lua começou a nascer e oferece à noite um sorriso de prata. A estrelinha parece agora maior. Caminha na noite, em direcção a mim. Está agora à minha frente. Está tão perto mas ainda não lhe posso tocar.
As gaivotas voltaram. Chamam por mim. E eu vou. Essa estrela é minha.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Encosta-te a mim (I)...
... e vem comigo percorrer as ruas de Sesimbra onde me perco e me encontro. Perco-me em busca dos sons, dos odores, das vozes do passado. Encontro-me no muro da praia onde me sento e aproveito para beijar o mar.
... enquanto eu te conto as brincadeiras que fiz nestas praias, enquanto te falo dos imensos bolos de areia que por aí "cozinhei", os montinhos de areia que tentei transformar em peixinhos, e te mostro os sítios por onde andei a apanhar búzios e conchinhas com o meu avô.
... e eu conto-te a história destes barcos, das artes da armação, do tempo em que botes e barcos também vinham descansar à praia.
... e dá-me a tua mão. Ficamos aqui à espera do pôr do sol e dos recados do mar, no silêncio cúmplice da noite. Quando o céu se incendiar, partilhamos segredos e agarramos os beijos que não quiserem ficar.
(Foto alojada em http://www.flickr.com/photos/8239473@N05/789391071/)
Encosta-te a mim
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
http://www.youtube.com/watch?v=Tu9HPz__3ys
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Noite mágica
E é tão bom sentir a amizade à distância do abraço que apaga as saudades. Amizade que também é gostar de surpreender e de acolher, partilhar um jantar, amigos e afectos, elevar o espírito e a auto-estima. Amizade que também tem a magia de aquecer o coração, limpar o espelho e deixar reflectir uma beleza desconhecida.
Entre olhares transparentes que mostram a bondade das almas, chega à memória uma tranquilidade esquecida. A noite, cúmplice, envolve a Terra num abraço de muita ternura e magia. A noite está tão bonita! E convida a degustar os petiscos, e a saborear os vinhos e as conversas.
Horas depois, a noite convida à dança e muito mais tarde - irrecusávelmente - ao merecido e reparador descanso.
Adormecer e acordar com a certeza que a amizade faz milagres é um excelente incentivo para continuar a acreditar na vida e correr atrás do sonho. Pelo sonho é que vamos! E tu vais comigo!