quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Sabores

O mar tem gosto a sal e às vezes a lágrimas. Mas sem sal, o mar - de certeza - que se tornava demasiado insonso, triste e menos belo. Na imensidão do azul, o sal tempera-o de sonho, mistério, ternura. E sal lembra peixe. Um bom peixe grelhado no carvão, regado com um bom vinho, à escolha de cada um. De preferência, frutado.
O ar não tem gosto mas às vezes pesa. E noutras, as melhores, torna-se tão levezinho que confere uma vontade imensa de usufruir em pleno o lado bom da vida. Quando o ar está levezinho, sabe sempre um queijinho e um bom tinto.
Já o sol, que gosto tem? Quando amarelinho ao nascer, terá o paladar da timidez e da doçura. Basta café para acordar. No pico do meio dia, completamente dourado, terá o gosto de uma saborosa refeição. Pode até ser uma boa salada e para beber, um bom sumo. De cenoura.
Ao entardecer, vermelho de paixão, tem - certeza - o paladar do amor e acompanha bem com ostras e um bom vinho branco fresquinho, de preferência alentejano para melhor casar os sabores da terra e do mar.
E o céu, alguém já provou? Que paladar tem? E acompanha bem com quê?
Um destes dias vou descobrir.

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