sábado, 26 de abril de 2008

Fala da mulher nascida

"Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe..."
António Gedeão
Existem datas e pessoas que valem a pena celebrar. Por serem uma referência de vida, uma fonte de inspiração. Por semearem solidariedade, pela autenticidade, pela capacidade de lutar pelas causas mais nobres, e por muitas outras coisas boas. Odete Santos é assim e faz anos hoje.
Parabéns Odete. Um beijo grande
Adelaide
N.B. E obrigada por me ter ajudado a compreender povo e liberdade (http://pelosonhoehquevamos.blogspot.com/2007/06/fora-das-palavras.html

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Tudo a mil

Uma imagem vale mil palavras.
Um beijo também.
A amizade vale mil imagens.
E mil beijos também.
No teu coração :)))

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Rosa


Regaram a rosa para ficar mais bonita,
E a rosa alindou.
Disseram à rosa que ela era linda,
E a rosa corou.
Beijaram a rosa com muita ternurinha,
E a rosa chorou.
Disseram à rosa que as rosas não choram,
E a rosa parou.
Escreveram à rosa um poema de amor,
A rosa amou!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Sesimbrices

Calha bem...
Um: Ah home! A aiola virou-se e o teu pai ficou debaixo dela?
Outro: Calha bem! A aiola virou-se e ficou por baixo dele!
(...)
Espanto
Ah 'pariga. Qu'é isto atão? Um home' tão rico e morreu?
(...)
(Aiola virada)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Verbo Ser

Vida, esperança,
bondade, harmonia,
Ternura,
Força,
Inspiração.
Tu és!
E és também
coração,
Alma grande,
natureza, autenticidade.
Somos sonho,
somos...
somos rio, mar, oceano.
Somos gaivotas
à descoberta do céu
Golfinhos que brincam no rio.
Somos palavras,
poesias,
abraços,
cumplicidade, confiança.
Somos...
Somos amizade!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Amizade

D.R.

Uma flor na minha mão. Para ti.
E a minha mão também.
Um beijo

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Chuva

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

(Jorge Fernando)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

(Outra) Carochinha


Limpou a casa, lavou a alma. Nada mais encontrou que lixo e teias de aranha. Tomou um banho e pôs-se à janela. Fumou um cigarro... e outro... e mais outro...
Passou um burro que lhe zurrou uma canção de amor. Quando o burro deu um coice e fugiu, fechou a janela.
... Voltou a limpar a casa e a lavar a alma. Tinham menos lixo e teias de aranha. Tomou um banho e foi ver o sol. Abriu a janela. Fumou um cigarro. Ficou à espera...
Passou um cão. Ladrou-lhe algo que lhe disse ser um poema de amor. O cão mordeu-lhe! Fechou a janela.
... Tarefas domésticas terminadas, tomou um banho e espreitou pela janela. Julgou ter ouvido ronronar uma promessa de amor. Pensou: "É desta!". O gato arranhou-a! Fechou definitivamente a janela.
... Fartou-se de ter a janela fechada. Abriu-a, depois de ter limpo o coração e lavado a alma. Tomou um banho e foi prá janela. Fumou um cigarro e ficou à espera. Fumou mais um cigarro e outro... e muitos. O sol foi-se embora e ela foi fazer o jantar. Deixou a janela aberta...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Poemas e beijos



Apetecia-me um poema. Apeteciam-me as palavras que deleitam, que até apetece comer. E fui em busca desse poema. Encontrei "Os versos que te fiz" (ver post anterior) de Florbela Espanca e senti-me quase saciada da fome de palavras. O poema é lindo. Imagino a poetisa atormentada a escrever, a sofrer e a criar, agradeço-lhe a partilha do talento e da sensibilidade e apeteceu-me escrever.
Apeteceu-me, porque não choro os beijos que não dei. Tenho-os todos comigo. E vou dá-los no tempo certo. E enquanto esse dia não chega meu amor, os beijos que tenho para ti, dou-te em forma de palavras. Porque todos os beijos também são palavras. E com palavras em forma de beijos, beijo - meu amor - os teus olhos que me vêm tão bonita, o teu coração acolhedor, a tua alma que me tranquiliza e as tuas mãos seguras. Fazes-me bem. Muito bem. Também te beijo por isso. Todos os dias da minha vida.
N.B. Foto (Farol do Cabo Espichel) alojada em http://www.flickr.com/

Os Versos que te Fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Tem dolencia de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não te digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo,
Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz

Florbela Espanca