sábado, 21 de fevereiro de 2009

Boa noite meu amor

Acendo o cigarro como quem acende a esperança. Fumo-o como se fosse o último. Como se não houvesse amanhã. Embalo a esperança, adormeço a alma e tento adormecer também. E sonho. Com os olhos abertos. Com os olhos postos nas estrelas. Sonho e acredito. No que quero acreditar. E acredito que sim. Que vou chegar. A bom porto.
Acendo mais um cigarro. Na calada da noite. É o último de hoje. Como este cigarro, mastigo-lhe o fumo. Como se a ponta rubra de fogo, fosse um prenúncio de sorte. É a última passa. Adio-lhe a morte certa - do cigarro - por mais uns minutos. Aproveito para dizer até amanhã à lua.
Imagino-te em forma de estrela. A estrela mais bonita do céu. Pisco-te o olho. A estrela retribui. A estrela e tu. Acabo com o que resta deste cigarro. Beijo-te, com o meu coração.
Até amanhã meu amor

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