quinta-feira, 7 de maio de 2009

Veste-te de branco

Imaculadamente brancas as nuvens matinais lembravam-me uma alma boa. Lavada, leve. Estas nuvens não fazem chuva. Não pecam. Não se deixam sujar pela maldade do mundo nem p'la poluição. Estas nuvens choram de amor. Por amor. Estas nuvens choram para lavar a maldade. Sempre que choram banham-se de pureza. São nuvens redentoras. Salvadoras. Sobre a minha cabeça. Como se me quisessem proteger. E quando tapam o sol, pedem desculpa. E não demoram.
As nuvens. Tão brancas. Tão leves. Tão puras. As nuvens que me lavam a alma. E partem a seguir. Voltam mais tarde. Para rasgar a solidão. Para resgatar as almas solitárias. Como a minha. Às vezes.
Há pouco, no céu, uma nuvem só. Só uma. Espreguiçou-se. E disse-me ter um recado. Um recado do vento. Disse-me, sorri.
Não. Não foi o vento que mandou este recado, Dona Nuvem. Pois - respondeu - o vento também disse que sabias quem te pede um sorriso. Quem gosta de te ver sorrir. Quem te ama mais que o vento.
O recado da nuvem lavou-me a alma. E eu fui mudar de roupa. Para ficar a condizer.

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