domingo, 26 de julho de 2009

Estações (do ano)

Se fosse outono, ouvíamos as folhas caírem das árvores
víamos as árvores despidas e o solo amarelecido.
Dávamos as mãos e seguíamos viagem, rumo ao sol.
Se fosse inverno e noite escura, podíamos escrever um poema à lareira, à luz das velas.
Se fosse um poema, falava naturalmente de amor.
Se falasse de amor, também poderia não ser um poema.
Em que ficamos? Para onde vamos?
Ficamos aqui a degustar as palavras
E vamos onde o sonho nos levar.
De mãos dadas. Sempre.

Se fosse primavera, deixavamo-nos embalar pelo canto das andorinhas
Beijávamos papoilas vermelhas de vida
Lavávamos os olhos na festa das cores
Festejávamos os primeiros abraços quentes do sol.
É Verão meu amor. E podemos fazer tanta coisa.
Escutar a indolência do mar e fazer uma festa de azul
com a preciosa ajuda do céu;
Beijar as papoilas e sentir os afagos da brisa
Beber caipirinhas que nos sabem pela vida,
Comer gelados de sabores exóticos e festejar a chegada da noite;
ao som da viola que acompanha o vaivém das ondas,
lemos o poema escrito no inverno,
à luz de um sol poente que pinta de fogo estradas no mar
É verão meu amor. Corremos na praia,
pés descalços atrás do sonho que nunca deixamos de procurar...
E descansamos meu amor enquanto disfrutamos os beijos
E a vida.
E escrevemos meu amor, um novo poema -
na areia, no coração,
nas páginas das nossas vidas,
na certeza de nos querermos tanto.
Este poema. Que é nosso!
Sempre!

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