sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Disponibilidade (total)

Nos tempos que correm, neste meu tempo incerto a raiar o absurdo, ouvir “estou sempre aqui para o que precisares” é um manjar de força, uma ceia de esperança. Que alimenta a mente e a alma também. A esperança mora aqui. No meu coração. Na minha casa. Na minha rua. No teu coração. Na tua casa. Na tua rua. É tão bom ouvir mensagens de esperança. De amizade.
Amizade. Palavra sagrada. Que eu venero. Que abraço. Como te abraço também. Com força. Carinho. Dedicação. Respeito. Às vezes sinto que me faltam as palavras para te agradecer a amizade imensurável que me ofereces diariamente. À falta de palavras, deixo-te a garantia. Comigo, a amizade é para sempre. Também eu, meu amor, estou sempre aqui. À distância de um pensamento. Com o coração de portas abertas para te receber. Até já.
Mil beijinhos

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ao contrário

O mundo
De cabeça para baixo,
O sol por debaixo da terra
A lua por debaixo do sol
E alguém por debaixo da vida
(Quase sem forças)
A rasgar caminho.
Cava a sorte
Com a enxada da vontade
Constrói o destino
Com a pá da esperança.
A palavra certa é vencer.
É preciso inverter o mundo
A sorte
A vida
Por ti. Por mim. Por nós.
Porque é urgente
A esperança.
Porque acreditar é preciso.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Fogo

Acende-se a lua
na noite escura
Acende-se o beijo
na noite fria
Acende-se a lareira
na sala grande
Acende-se a saudade
de ti

Cobre-se a alma nua
lavada em esperança
Veste-se de vermelho
o coração mimado
Vou sair deste filme
Agora.
Com os olhos postos no céu,
brilhantes de amor,
por ti.

Vou...
Levo-te comigo.
Vou...
para junto do teu fogo,
que aquece a noite
que me aquece a alma.

Boa noite meu amor

Acendo o cigarro como quem acende a esperança. Fumo-o como se fosse o último. Como se não houvesse amanhã. Embalo a esperança, adormeço a alma e tento adormecer também. E sonho. Com os olhos abertos. Com os olhos postos nas estrelas. Sonho e acredito. No que quero acreditar. E acredito que sim. Que vou chegar. A bom porto.
Acendo mais um cigarro. Na calada da noite. É o último de hoje. Como este cigarro, mastigo-lhe o fumo. Como se a ponta rubra de fogo, fosse um prenúncio de sorte. É a última passa. Adio-lhe a morte certa - do cigarro - por mais uns minutos. Aproveito para dizer até amanhã à lua.
Imagino-te em forma de estrela. A estrela mais bonita do céu. Pisco-te o olho. A estrela retribui. A estrela e tu. Acabo com o que resta deste cigarro. Beijo-te, com o meu coração.
Até amanhã meu amor

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cores

A vida pode ser vermelha de paixão, ou amarelada de tédio. Ou cinzenta de tristeza. Ou negra de mau azar. Ou azul da cor do céu. E com sorte, a vida pode ter as cores do arco - íris. Mas há dias em que a vida é cor de burro quando foge. Cor de nada. Passemos à frente e vamos novamente à paleta do pintor. Vamos escolher cores e vamos pintar. A vida. O sorriso. A felicidade. A esperança. A amizade. O amor.
Pinta-se a vida de vermelho? Pode ser! Rubra de amor, que se pinta quase da mesma cor. E de um vermelho mais vivo, pinta-se a paixão. Está perfeito. Não se mexe mais. E agora vamos ao verde. Verde, verdinho, clarinho e cristalino, verde mais escurinho, verde garrafa, pintamos a esperança. Em tons de terra, terra quente, castanho - avermelhado, pinta-se a bondade. E a amizade pinta-se com o azul mais bonito do céu. E agora, que vamos pintar a seguir? Os sorrisos, pois claro. Da cor do sol. Quente e radioso. E a felicidade pode ser alaranjada. Para que o quadro fique perfeito, deixamos de fora o preto e o cinzento. Para não borrar a pintura.

Ânimo

Façam-me rir mas por favor não me contem anedotas. Sobretudo anedotas parvas. Agora que penso nisso - tenho imenso tempo para pensar, sabiam? - parece-me que todas as anedotas são parvas. E fica por aqui a conversa das anedotas. Mas, vá lá, façam-me rir. Tentem. Contem-me coisas com graça. Com muita graça. Que me façam rir. Estou a precisar de dar umas boas gargalhadas. Daquelas sonoras. Que estremecem as paredes. Que enchem a casa.
Pois é. São poucas as pessoas que me fazem rir, que me desenham um sorriso nos lábios. São tão poucas que - se calhar - as posso contar pelos dedos das mãos. Mas os pouco são bons. E até quando não me fazem rir. Porque lhes sinto o abraço, o ombro amigo, a mão estendida. Porque lhes vejo o sorriso, a alma lavada, o coração grande. E por isso beijo-lhes a bondade. Agradeço-lhes a disponibilidade. Porque mesmo quando não me fazem rir, tentam. Sem ser com anedotas parvas. E quando não me fazem sorrir à primeira, continuam a oferecer-me um imenso sorriso, um abraço, uma semente de esperança. E lembram-me a necessidade de continuar a acreditar.
Acredito.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

De volta

O meu pai já está em casa há alguns dias. E eu tenho a alma lavada. Doeu a ausência, a incerteza, um certo medo. Doeu muito! E voltou a doer depois de um pequeno susto que o levou de novo ao hospital com um pouco de febre. Agora está a melhorar. Devagar. Também não há pressa. Vivemos apenas um dia de cada vez.
Existem momentos na vida em que percebemos mais claramente quais são as prioridades. E os amigos também.
E compreendemos que é melhor viver um dia de cada vez.