segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Criação

Apetecia-lhe um beijo... com sabor a chegada e despedida. Um beijo colado à pele que falava em silêncio das saudades e da alegria do reencontro. Apetecia-lhe o mar a entrar pelos olhos e a roubar-lhe os sentidos... Apetecia-lhe um banho de afecto e um fim de tarde, mágico. Com direito a pôr do sol, numa praia deserta, com direito a fogueira, guitarras ao longe e um solo de flauta!
Fechou os olhos para inalar melhor o cheiro do mar. E saborear os acepipes da cesta de piquenique e o vinho branco gelado que lhe refrescava os sentidos. Fechou os olhos e ficou de mão dada com o sonho. Em forma de vida, em forma de gente! Elevou os sentidos ao sétimo céu, roçou os lábios no sol e afagou a lua adormecida...
Acordou com um beijo do vento a afagar-lhe o rosto. Sorriu. Acendeu um cigarro e começou a escrever. Como se não houvesse amanhã. Beijava cada palavra recém chegada como se fosse um filho e dava forma à prosa escrita no poema da certeza de amar...
Chegou ao fim da página com a alma lavada e o coração aquecido. Escrever é outra forma de fazer amor!

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