sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Lua não faz falta...

Temendo derreter na voragem do calor tórrido de Agosto, a Lua indignou-se e arrastou as estrelas para um protesto universal de escuridão. Deixou a noite escura, (quase) sem graça. Logo hoje, que eu queria muito escrever(-te) ao luar...
Persistente, escrevo. Porque escrever faz parte de mim! Porque a escrita corre-me nas veias, as palavras nascem em mim e não me apetece abortar esses filhos, que começo a beijar e a amar ainda antes do acto da concepção...
A noite está sem Lua mas não perdeu predicados, adjectivos e todos aqueles pequenos itens que dão mais sentido à vida. O romantismo reacende-se com coisas simples, como olhares incendiados de cumplicidades e beijos, toques, sentires, ainda velas, lareiras e outras luzes artificiais, e o amor exalta-se com o calor genuíno da paixão nascente dos corações em fogo. A Lua pode continuar de folga, de férias, de greve, etc. Eu continuo a escrever por ser a forma mais sublime de fazer amor com as palavras, com o sonho, com a vida, contigo. É sentir um querer maior nascer na ponta dos dedos que afagam o teclado da ternura, enquanto procuram dedos de outras mãos... as tuas, as tuas mãos onde rabisco, traço, desenho, escrevo, assino, o amor que tenho por ti. Para te falar de amor, não preciso da Lua. Só preciso... de ti!

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