segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Estados de Alma

Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir
(António Gedeão in "A um ti que eu inventei")
O sol escondeu-se e o céu acordou a chorar. O dia nasceu e cresceu cinzento e já sei que esta
noite a Lua não vai sorrir para mim. Há dias assim... em que a alma fica espartilhada pelas saudades e as saudades são como beijos de papel. Não resistem à chuva...
Hoje apetece-me tanto o sol e o céu azul que vão ficar para amanhã. Hoje apetece-me imenso o sorriso da lua e o brilho das estrelas que me fazem lembrar os teus olhos. Hoje apetece-me quase tudo o que não posso ter hoje. E fico assim. Da cor do tempo. Cinzento. E cinzento não é cor de nada que me faça sorrir. Cinzento lembra a vida a fugir, como se fosse areia a escorrer pelos dedos.
Em dias assim, só há uma coisa a fazer. Escrever. Escrever-te. Como faço nos outros dias também. E mimar-te. Ainda mais! Contar-te o que vai dentro de mim e mimar-te com as palavras que te escrevo. Como se cada palavra fosse um beijo, cada virgula um abraço. E já estou bem melhor, agora. Penso em ti e começo a sorrir, escrevo-te e volto a sorrir. E comovo-me também. E agradeço ao céu - que ainda está com a birra - ter-te na minha vida. Todos os dias. Incondicionalmente. Mesmo quando sol se esconde.

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