quarta-feira, 13 de junho de 2007

Quinzinho, minha "p..."


Numa das intermináveis madrugadas (fiz tantas na Rádio Azul) em que o mundo - obviamente - estava a dormir, fui surpreendida pelo matraquear do telex. Aproximei-me e mais espantada fiquei: "Estive a ouvir o teu noticiário. Vejo que estás bem melhor da afonia"... O remetente nada me dizia, desconhecia-lhe por completo a existência mas, ainda assim, resolvi responder: "Deve haver confusão. Eu não estive afónica", escrevi e enviei. A resposta veio no imediato: "Tens muita graça. Ontem "dizias" estar afónica. Também já não te lembras dos telexes que me mandaste na noite passada, das coisas que escreveste... certo?".
Os poucos vestígios de sono eclipsaram-se. Completamente desperta, escrevi: "Na noite passada, estava em minha casa, a dormir". A troca de telexes ainda se prolongou por mais uns minutos, o rapaz continuava a dizer que tinha sido eu e para fundamentar, reenviou-me o tal telex. Pasmei e finalmente percebi. Para ele, não havia dúvidas; na véspera, eu tinha-lhe enviado prosas - um bocadinho - tórridas. Ou melhor, alguém tinha enviado e assinado o meu nome. E o melhor de tudo; quem lhe tinha mandado aquelas mensagens - que naturalmente o tinham entusiasmado - também lhe tinha dito estar afónica! Imagine-se porquê!
Horas mais tarde, depois de ter passado o serviço à minha colega, "atirei-lhe" com a história do telex, acusando-a de ser a autora da brincadeira. O espanto dela não me convencia e estava quase a chamar-lhe um nome menos próprio, até que me apercebi que o meu amigo Quinzinho estava na redacção, deliciado, a ouvir a conversa. E, inocentemente, ainda lhe disse: "Já viste a m... que fizeram? E o gajo está todo convencido que fui eu. Que m...".
Continuei a barafustar e quando voltei a olhar para o Quinzinho, reparei que a custo tentava disfarçar o riso, não resisti... Brindei-o com o insulto destinado à nossa companheira de trabalho!

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