sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Levem - me esses fantasmas... também

Levem os fantasmas que me assombraram para bem longe, para um sítio de onde seja impossível o regresso. Não preciso deles, não os quero, nem para fechar numa velha mala que já não serve para nada, nem mesmo para os castigar.
Levem-me esses fantasmas e as minhas dúvidas. Deixem-me a dignididade que nunca me roubaram, a minha consciência tranquila, o meu coração de pássaro ferido. Deixem-me a capacidade de ainda acreditar, deixem-me correr atrás do sonho e morder rosas vermelhas de vida e de amora. Deixem-me beber a água fresca das nascentes, cheirar a terra molhada, amar cada pôr do sol, adormecer embalada pelo mar.
Levem-me esses fantasmas. Não me metem medo, mas também não me fazem falta. Eu não faço o que eles querem. Não faço vénias gratuitas, não me ajoelho e muito menos para subir.
Os degraus sobem-se de pé. Como se fossemos árvores. Subir de joelhos é prostituir o corpo e a própria alma.

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