sábado, 25 de agosto de 2007

Talvez chuva

Esta chuva lavou ruas, molhou a terra e lavou almas. Almas sedentas de água pura e de amor. Almas que ressuscitam e terras que ficam mais frescas, mais penetráveis. Umas e outras hão-de florescer, umas e outras vão ser felizes.
Esta noite as nuvens choraram... Também elas ficaram mais lavadinhas, mais brancas e mais leves. Às vezes chorar alivia, purifica, às vezes, poucas vezes. Chorar - às vezes - é esconder ainda mais a dor que rebenta no peito. Chorar com as nuvens ajuda a criar um parede de vidro. Porque é tão difícil partilhar as lágrimas que são nossas, muito nossas. É mais fácil oferecer um ombro amigo.
E é muito mais fácil acreditar que esta chuva é feita de lágrimas de quem já não sabe chorar.

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